Acreditem se quiserem

Ha encontros que realmente fazem a nossa vida ficar mais interessante. É no mínimo curioso como a gente reencontra pessoas, que depois de anos perdidos na memória do tempo e espaço reaparecem de modo inusitado. Então 20 anos se passaram...
Era uma vez duas amigas que resolveram passar férias de janeiro 1985 no sul da Bahia, em Porto Seguro para ser mais exata. As férias estavam marcadas para 1 de janeiro e as passagens de ônibus foram compradas. No final do mes de dezembro chovia a cântaros. Angustiadas elas faziam preçes a Petrus para que a chuva passasse. Pois não é que 1 de janeiro abriu o maior céu azul e então elas se puseram a caminho. De Belo Horizonte, Minas Gerais, eram 12 horas de viagem até uma cidadezinha de entreposto e a etapa final em mais 2 horas até Porto Seguro, Bahia. Ah... finalmente, praia, sol, nada o que fazer a não ser vagabundear, dourar ao sol, conversar fiado, comer melância. No final de duas semanas bateu o tédio. Uma delas fez uma proposta: Vamos conhecer Salvador? Porque não disse a outra? Eu fico aquí na barraca esperando as roupas secarem e voce vai até a rodoviária comprar as passagens. Bem, a que foi comprar à rodoviária voltou e disse que não havia mais passagens, que o ônibus estava lotado, mas que havia trocado o seu saco de balas de goma por duas passagens(?). A viagem seria... la atras em cima do motor. Que fazer, embarcaram na manha seguinte. A troco de um saco de bala de goma queriam o que? Dentro do ônibus era aquele sobe e desce de passageiros. Entre malas, sacolas, mochilas, bacias de coentro la foram elas rumo a Salvador. Mas ja dentro do ônibus aconteceu uma troca de lugares e as duas se viram assediadas por dois jovens, um era israelense e outro uruguaio, ambos primos. Resumindo: uma ficou com o israelense de nome Rami e a amiga com o uruguaio, estudante medicina. A caminho de Salvador combinaram de hospedar em algum hotel ou haveria a possibilidade de alugar uma casa la. Para elas era a maior aventura sair assim sem rumo. Bem, ficaram todos no mesmo hotel, num hotel muitcho loco chamado São Bento no Largo de São Bento no Centro histórico de Salvador, Bahia, a dois passos da Praça Castro Alves. La estava hospedada toda a galera mochileira vinda de vários paises. A fauna era diversificadíssima! Pelo terceiro dia elas se entrosaram com a moçada local e organizaram até um "desfile gay" , com jure internacional e tudo. No quarto dia o hotel pega fogo. Foram surpreendidas no quarto de biquine pelo gerente do hotel, quando ja iam saindo para a praia. Ele bateu à porta dizendo que o hotel estava em chamas. As duas moças juntaram suas mochilas e desceram correndo . A Praça São Bento era fumaca só. Nao se enchergava mais nada. Enquando a que ficou com o israelense foi ao centro tentar alugar a tal casa a outra ficou com as mochilas em frente ao hotel. Surpreendida fotografada e entrevistada por um reporter local sensacionalista saiu assim no jornal : “Ela teria conseguido sair, mas a sua amiga ainda estava la dentro.” Rararara! Coisa de louco.
Bem, dentro de alguns dias o israelense recebeu a mala e a que ficou com o uruguaio nao se lembrava bem como se livrou dele. Voltaram para casa cheias de lembranças e fotos.
As personagens acima eram nada mais que a Cecília, minha colega de trabalho do Credireal e eu e o carinha que ela tinha ficado era na verdade o Jorge Drexler, uruguaio, médico ortorrino, que virou cantor e compositor, ganhador do Óscar de melhor canção e que cantou na festa do Óscar "El otro lado do rio", do filme "Diários de Motorcicleta". Rararara.
Acreditem se quiser!
Solange Ayres
Moro hoje na Alemanha e a caminho do meu trabalho ouvi na Radio Multiculti, Funk aus Europa Jorge cantando e me inspirei a escrever.
1 Comments:
Ai Que saudades, me dá...me deu....tenho...sei lá....Bom D+. Bjs Ceci
Freitag, Januar 12, 2007 3:30:00 PM
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