Outubro se transveste

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Despeço-me de março e volto `
a mesma rua em abril. Ciclo
Que força meu coração.
O pessegueiro virá belo em agosto
E a cada instante o contínuo
Afinar de instrumentos reavalia
A textura das cordas.
Trazendo gafanhotos nos desenhos,
Outubro se transveste de Sèvres.
E a tempestade se alonga a dezembro,
Quando passa ao mês seguinte seu salário.
Assim os meses reacendem promessas
E o sonho martela o corpo frágil.
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Foto: Solange Ayres
Poesia: Eustáquio Gorgonne em Girassol Fixo, Edições d´lira, 1995.
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