Fidel, Pinduca, meu tio e a ilha.

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Fidel deixou temporariamente o poder e comemorou os seus 80 anos, no leito reconvalescendo de uma cirurgia, cercado do irmão de companheiros e militares. Vendo-o solitario no leito lembrei-me do meu ja falecido tio, que ao contrário de Fidel, não fez revolução, não ocupou cargo de poder, apenas ouvia os clientes que vinham à sua barbearia aparar a barba e o cabelo. No leito de morte teve somente a companhia das enfermeiras da Casa de Misericórdia de Caxambu, nao deixou mulher, filhos. Era um tipo solteirão, calado, mas não celibatário. Uma amante secreta chamada espera-o quase todos os dias, quando o sol se punha. Pinduca como era chamada, nos seus tempos de juventude exercitara a mais antiga das profissões, até terminar sozinha e pobre. Morava numa pequena casa e recebia ajuda do meu tio que lhe fazia visitas. Um dia Pinduca se foi ele ficou.

Todos se foram e Fidel vive e ainda continua querer o PODER para poder; poder contra o moinho Capitalismo. Somente as memórias o acompanham no leito. A sua amante é a ilha, la Isla de Cuba, seu legado a revolução. Um dia ele vai e a sua amada ilha fica. Ah a ilha, a ilha...

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Foto: Meu tio.