Engole ou cospe

Galera, no domingo passado fui visitar a feira de vinhos para especialista em Düsseldorf a Pro-Wein em alemão. Se eu contar para vocês o tanto de vinho que tinha para provar ninguém acreditaria. Colocados encarreirados a banca de provação dava quilooometros. É a minha segunda visita e eu ja tinha experiência. A gente tem que escolher antes o que quer provar e ir direto aos estandes, senão corre o risco de perder o rumo. Se voce prova alí os primeiros vinhos de cara ja vai ficando arcoolizado e não vai conseguir nem achar a saida. Mas se quiser não precisa engolir, pode cuspir. Rarara!! Eu hein, engoli, claro. Imagine que pedi para provar uma vinho francês o Mouton Rotschild de 250 pilas a garrafa e ia cuspir? Só o golinho que a moça me serviu custava uns 30 euros! Engoli.

Se a gente acha que o mundo é grande se engana. Mas não é que naquele feirão do vinho, naquele mundão de gente, naquela muvuca não vai encontrar conhecido? Vai. O super chefe de compras da central do supermercado onde trabalho me reconheceu e pulou nas minhas costas. “-Frau Ayres, a senhora aquí, como vai?” Eu levei o maior susto. Não esperava. Ele o chefão. “-Ahhh, seu Grande, ele chama grande em alemão, esta tudo muito interessante...” Rarara! Mas a fauna humana era tão diversificada quanto os vinhos. Tinha até estande de cachaça do Brasil. Aquí os europeus tomam o que a gente chama aí de cachaça de encruzinhada, 51, Pitu e lambem os beiços. Aquela “pro Santo” nem ele iria beber. Rarara!

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Foto: Estande de prova de vinho