Wusp? Wuspes... Wúpsis... Vupses? Vupes?
Ha, eh e não , alto-lá comigo, que assim falseio, o mesmo é. Pois ia me esquecendo: o Vupes! Não digo o que digo, se o do Vupes não orço – que teve, tãomente. Esse um era estranja, alemão, o senhor sabe: clareado, constituído forte, com os olhos azuis, esporte de alto, leandrado, rosalgar – indivíduo, mesmo. Pessoa boa. Homem sistemático, salutar na alegria séria. He, he, com toda a confusão de política e brigas, e por aí, e ele não somava com nenhuma coisa: viajava sensato, e ia desempenhando seu negócio dele no sertão – que era o de trazer e vender de tudo para os fazendeiros: arados, enxadas, debulhadora, facão de aço, ferramentas rógers e roscofes, latas de formicida, arsênico e creolinas; e até papa-vento, desses moinhos-de-vento de sungar água, com torre, ele tomava empreitada de armar. Conservava em si um estatuto tão diverso de proceder, que todos a ele respeitavam. Diz-se que vive até hoje, mas abastado, na capital – e que é dono de venda grande, loja, conforme prosperou. Ah, o senhor conheceu ele? O titiquinha de mundo! E como é mesmo que o senhor fraseia? Wusp? É. Seo Emílio Wuspes... Wúpsis... Vupses. Pois esse Vupes apareceu lá, logo vai me reconheceu, como me conhecia, do Curralinho. Me Reconheceu devagar, exatão. Sujeito escovado ! Me olhou, me disse : - “ Folgo. Senhor estar bom? Folgo... “ E eu gostei daquela saudação. Sempre gosto de tornar a encontrar em paz qualquer velha conhecença – consoante a pessoa se ri, a gente se acha de voltar aos passados, mas parece que escolhidas só as peripécias avaliáveis, as que agradáveis foram. Alemão Vupes alí e eu recordei lembrança daquelas mocinhas – a Miosótis e a Rosa´uarda – as que, no Curralinho, eu pensava que tinham sido as minhas namoradas. – „Seo Vupes, eu também folgo. Senhor também estar bom? Folgo...“ que eu respondi, civilizadamente.
João Guimarães Rosa
Grande Sertão Veredas
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