Teste de nervos

Galera, depois de sofrer com as aulas teóricas e práticas da auto-escola, chegou o grande dia da prova. Era um manhã nebulosa, como quase todas manhãs por aquí. Fui para fazer o teste como quem sobe ao cadafalso da forca. Pontualmente senta la atras o testador chefe e pus o carro em movimento. Entra aquí, da seta acolá e fomos parar no bairro onde morava, Mülheim em Colônia. Então começou o testa-nervos. O meu instrutor e o instrutor chefe entabularam um papo e foram conversando como se nada tivesse acontecendo, só me dando as ordens “ -Para a direita” “-Para a esquerda” e assim foi. Numa certa altura dos acontecimentos ataca o meu intrutor, “-Ó aquí, aquí neste cruzamento vi um acidente horrível” e o testador-mor “-É, e como aconteceu?” “-Ah, um sujeito avançou o sinal, bem aquí...” e eu la dirigindo tentando me concentrar. “-... e passou por cima de uma mulher e um carrinho de bebê. O carrinho e a mulher foram jogados bem alí” e apontou com o dedo o passeio. E eu la, firme como prego no angu no volante. “-Morreram na hora.” Pensei, Jisuis!
Não dirigi uns dois kilômetros e mais uma história cabeluda. Antes de cruzarmos uma linha de trem ele atacou : “-Imagine você...”, dirigindo-se ao provador atras,” “-que com um outro motorista o carro morreu no cruzamento da linha de trem. E o trem vinha vindo, vinha vindo... Ele estava acompanhado da sogra que estava sentada ao lado. O motorista conseguiu sair do carro, mas a véia ficou la entalada. Ela era gorda demais.” Nesse momento eu estava também cruzando a linha do trem. Não sabia se era para eu rir ou desesperar. Demos uma volta no quarteirão e ele atacou de novo, “- Mas o senhor sabe, tinha uma aluna que aprendeu a andar de motorcicleta comigo. Fiquei sabendo que ela sofreu um acidente gravíssimo na auto-estrada. A cabeça foi para um lado e o corpo para o outro... Entrou debaixo de um Mercedes.” Geeeennnntes, aquilo era para me aterrorizar. Vocês sabem, estava acompanhando as histórias e tentando me concentrar no trânsito. Na hora que ele contou da mulher gorda, eu nao sabia se ria ou ficava séria. Agora ca para nós, a vida no Brasil deixa a gente experimentado e calejado de histórias tenebrosas. Então, na última não agüentei e falei de brincadeira, “Se vocês continuarem a contar essas histórias vou parar o carro e descer.” Na mesma hora calaram o bico. Última curva, ufa! Passei, passei raspando.
Foto: Eu no volante a caminho de casa.
0 Comments:
Kommentar veröffentlichen
<< Home