Eu gosto de céu azul,mar.Gosto de conversar fiado com os amigos,gosto de rir.

05 Februar 2006

As fontes de Caxambu























Foto: Fonte Don Pedro
Atencioso amigo.

Esta foto que lhe envio é para nós uma

tradição da visita feita naqueles anos passados pelo nosso

imperador a esta cidade.

Eny Aires
Dedicatória no verso do cartão


Por Eustáquio Gorgonne

1
A fonte Conde D´Eu
seca das seis horas
às vinte e duas horas
Durante a noite jorra
solidão.
2
Vaza dia e noite vaza
Tereza Cristina.
Vindo ao seu calcanhar
alguém do fundo da terra
a põe para fora.
Passagem que continua
clarificando o mijo
dos turistas.
3
Alcalina, inodora.
Há quem prefere prová-la
pelo umbigo.
E nisto duplica o prazer,
espelho engolido aos cacos,
vestígio dos nobres.
Traz esculpida na gárgula
a mão da princesa.

A extensão do coto somos nós.
4
Dona Leopoldina é mescla
de minérios e desejos.
Daí, ganhou ferragem,
corpete que lhe ajusta
por baixo das tintas.
em decúbito, perfurada,
ela se entrega à cidade.
Breve será um filete,
remelas de cego.
5
Dizem que foi mulher-dama
a primeira.
Depois vieram as noivas
à fonte chamada Beleza.
Cavalheiros nunca provaram
um copo ou medida menor:
medo tal que o duro metal
se afeminasse.

Eustáquio Gorgone de Oliveira nasceu em Caxambu, Minas Gerais em abril de l149. Licenciado em Letras e Pedagogia, sua obra poética encontra-se publicada em diversas revistas e jornais do país e distribuída por onze livros. Participou da Antologia da nova poesia brasileira, organizada por Olga Savary, bem como da edição especialmente dedicada ao Brasil pela International Poetry review, publicada pela Universidade da Carolina do Norte (USA). Recentemente sua poesia foi incluída na coletânea A poesia mineira do século XX, organizada por Assis Brasil. Participa também do projeto “Chico Cascateiro” de recuperação da obra do escultor português, cujas obras estão espalhadas pelo Parque das Águas de Caxambu e em diversas cidades do Sul de Minas. Leia mais tanto.com.br